Fotos e texto por Eduardo Gazal
O Bolo Barra Branca se enquadra na categoria dos bolos populares, produzido principalmente em uma região geográfica denominada Agreste Central de Pernambuco.
Encontramos a iguaria em mercados públicos, lanchonetes das estradas do interior do Estado e, principalmente, nas fábricas de bolo da cidade de Bezerros, situada na rodovia BR-232, distante 100 Km da capital, Recife. O município de Bezerros, desde 2013, ostenta o Título de Capital dos Bolos e Doces de Pernambuco, através da Lei Estadual Nº 15125. É o bolo dos viajantes e turistas de várias regiões do Brasil que atravessam o Estado de Pernambuco. Também é encontrado nas merendas dos nordestinos, pois tem custo relativamente baixo em comparação a outros bolos da região.
O Barra Branca é bastante conhecido, mas devido a suas textura e aroma, apresenta-se como um bolo rústico. Sua composição é extremamente simples, tendo a massa de mandioca como principal ingrediente, adicionada com açúcar, ovos, gordura hidrogenada, leite, fermento em pó químico e sal.
Não rivaliza em fama com o Bolo de Rolo, o Souza Leão e o Bolo de Casamento de Pernambuco. Mas sua importância para a culinária pernambucana está sendo notada. Existe um Projeto de Resolução (1344/2020) que tramita na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe) solicitando a indicação do Bolo Barra Branca para obtenção do Registro do Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco. Esta Resolução entrou em vigor na data de sua publicação (18/9/2020) e atualmente encontra-se em avaliação da Secretaria de Cultura de Pernambuco, através da Fundarpe.
SAIBA MAIS
Conheça o “Projeto de Resolução 1344/2020” e um pouco da história do Bolo Barra Branca:
Fica submetida a indicação do Bolo Barra Branca para obtenção da Concessão do Registro do Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco, nos termos da Lei nº 16.426, de 27 de setembro de 2018.
![Bolo Barra Branca de Pernambuco - Museu do Açúcar e Doce](https://museudoacucar.com.br/wp-content/uploads/2021/07/foto-bolo-barra-branca-3-edu-1024x791.jpg)
Justificativa
Em meados dos anos 1940, em meio e por conta da Segunda Guerra Mundial, houve escassez de produtos, e faltou farinha de trigo no interior do Estado. Em meio às dificuldades, Seu Nascimento, produtor e vendedor de bolos, que levava iguarias para vender no Mercado de São José, no Recife, teria sido o criador do Bolo Barra Branca.
Sem o ingrediente, o comerciante teria substituído a farinha de trigo pela massa de mandioca, obtendo um bolo bifásico: amarelo por fora, com uma barra branca por dentro. O doce fez sucesso.
Outro segredo da receita é o choque térmico provocado pelo forno preaquecido. A parte esbranquiçada e massuda somente ocorre em alta temperatura (acima de trezentos e sessenta graus Célsius), e, por isso, a receita não pode ser reproduzida em fornos domésticos convencionais. O aspecto bifásico se verifica porque o bolo cozinha por fora rapidamente, mas sua massa permanece menos cozida por dentro.
A produção do tradicional bolo pernambucano atravessa gerações e movimenta a economia.
Tendo em vista, assim, sua importância para o povo pernambucano, solicito apoio dos nobres pares para a aprovação do presente Projeto de Resolução.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Situação do Trâmite: PUBLICADO
Localização: SECRETARIA GERAL DA MESA DIRETORA (SEGMD)
TRAMITAÇÃO
1ª Publicação: 07/08/2020 D.P.L.: 11
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