Sem dúvida, as comidas são profundamente simbolizadoras porque cada comida é verdadeiramente um texto visual e estético, além de ser nutricional. Cada comida é capaz de estabelecer muitas conexões especiais, como acontece com as comidas que identificam cada celebração, e para se viver a festa é preciso comer a festa.
O Brasil um país multicultural, e as muitas festas populares e tradicionais, nas quais a maioria é de vocação religiosa, traduzem esta multiculturalidade. Assim, estas celebrações estão conectadas com as suas bases étnicas e históricas, especialmente as celebrações do Ciclo Natalino.
Originalmente, a maioria dos modelos de festejar o Natal, em âmbito doméstico e familiar, e mesmo comunitário, busca reproduzir os cardápios com as tendências gastronômicas do hemisfério Norte; especialmente da península ibérica, por causa da nossa forte ligação com as bases da cultura portuguesa.
Contudo, esses lugares na época do Natal estão em pleno inverno, e o que é oferecido nos cardápios natalinos traduzem esse ambiente do inverno. E é por isso que encontramos muitas frutas secas, o tradicional bacalhau em muitas receitas; diferentes tipos de aves; cabrito; porco; tudo sendo servido com molhos feitos à base de gorduras. Também, há as frituras, como as rabanadas, um aproveitamento do pão que é embebido em leite e ovos, e depois estas fatias fritas são pulverizadas com açúcar e canela. E para complementar o cardápio, há vinhos tintos, encorpados, para harmonizar perfeitamente o frio do inverno com os assados e os doces.
Entretanto, no Brasil, cada vez mais nos seus cardápios das festas de Natal, busca-se integrar e contextualizar comidas e bebidas ao nosso ambiente tropical que está em pleno verão.
Assim, devemos optar por peixes frescos, frutas in natura, como abacaxi, manga, e outras frutas do mês de dezembro; pudins, manjares, doces de frutas tropicais, onde destacamos o coco; além de sorvetes e sucos; e certamente podemos destacar enquanto vinhos, os nossos espumantes de terroir, que são mais refrescantes e adequados a esses contextos tropicais.
Como estudo de caso, trago a receita do manjar de coco, prato clássico e tradicional das nossas mesas, e que festivamente se integra, em sabor e significado, numa opção de cardápio que pode seguir uma tendência de viver um Natal tropical.

Manjar de coco
Ingredientes
• 400ml de leite de coco
• 3 xícaras de chá de leite de vaca
• ¾ de xícara de chá de açúcar
• ¾ de xícara de chá de amido de milho
• Óleo para untar a forma
Modo de preparo
1. Unte com uma camada fina de óleo uma fôrma redonda de furo no meio de 22 cm de diâmetro e 6,5 cm de altura.
2. Numa panela média, junte o leite de coco, 2 xícaras de chá do leite de vaca, o açúcar, e misture bem com um batedor de arame para dissolver o açúcar. Numa tigela pequena, misture o amido de milho com o restante do leite.
3. Leve a panela com a mistura de leite de coco ao fogo médio. Quando começar a ferver, abaixe o fogo e adicione o leite com o amido dissolvido. Mexa bem com o batedor de arame por cerca de 3 minutos, até formar um creme grosso. Não deixe engrossar demais para que não fique com grumos.
4. Desligue o fogo e transfira o creme de coco para a fôrma untada. Bata a forma de leve contra a bancada para acomodar o manjar e nivele com a espátula. Deixe amornar antes de cobrir com filme plástico, que deve ficar em contato com o manjar, pois isso evita a formação de uma película grossa na base do doce.
5. Leve o manjar à geladeira para firmar por, no mínimo, 3 horas. Enquanto isso, prepare a calda de ameixa.
6. Na hora de servir: retire a forma da geladeira e passe a ponta de uma faquinha na lateral para soltar o manjar. Cubra a forma com um prato e vire de uma só vez para desenformar. Sirva a seguir com a calda de ameixa.








