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Mel de Engenho

O mel de engenho, também conhecido como mel de cana, melado, mel de furo, é um tipo de xarope denso obtido do caldo da cana – Saccharum officinarum – por meio da sua fervura, evaporação e purificação pela retirada da espuma, e esta etapa precede o processo de cristalização do açúcar.

Segundo Gilberto Freyre, no seu livro Açúcar (1969, p. 51-52):

[…] O mel de engenho – ou melado – que é o açúcar na sua primeira (…) encarnação como sobremesa, é como o chá: é preciso que de pequeno o indivíduo aprenda a saboreá-lo como ele deve ser saboreado. Lentamente e com colher. […]

O mel de engenho está presente em âmbito nacional nos diferentes preparos cotidianos e, em especial, no café da manhã e nos lanches, e forma hábitos e escolhas de sabores que fazem parte um dos temas de destaque dos nossos sistemas alimentares.

Alguns preparos muito simples e fáceis de serem realizados no dia a dia mostram o uso tradicional do mel de engenho por milhares de brasileiros:
• Farinha de mandioca misturada com mel de engenho, na proporção de 3 colheres de sopa de farinha para 1 de mel de engenho;
• Farinha de mandioca, mel de engenho e queijo curado ralado, na proporção de 3 colheres de sopa de farinha para 2 de mel de engenho e 1 de queijo ralado;
• Farinha de milho misturado com mel de engenho na proporção de 3 colheres de sopa de farinha para 1 de mel;
• Queijo coalho frito regado com mel de engenho;
• Batata-doce, cará, fruta-pão, aipim, inhame; cozidos na água e sal, e regados com mel de engenho;
• Frutas in natura, como bananas de diferentes tipos, regadas com mel de engenho;
• Garapa, bebida artesanal feita com água e mel de engenho, 2 partes de água para 1 de mel de engenho;
Além desses usos cotidianos, e tradicionalmente brasileiro, o mel de engenho na gastronomia contemporânea, em âmbito nacional e internacional, é uma presença que se amplia, cada vez mais, especialmente na composição estética do prato, como uma base para diferentes preparos salgados; e ainda como ingrediente para muitas receitas tantos doces quanto salgados.

Outras receitas com mel de engenho

Bolo de Melado (1)

Ingredientes:
• 300ml de melado de cana de açúcar (1 ½ xícara de chá)
• 3 ovos
• 3 colheres de sopa de manteiga ou margarina
• 150ml de Leite
• 600gr de farinha de trigo
• 1 colher de sopa de fermento em pó, caso sua farinha já contenha fermento não precisa adicionar mais

Modo de fazer:
1. Pré-aqueça o forno a 200°
2. Numa batedeira ou liquidificador, misture a manteiga, os ovos inteiros, o leite e o melado de cana. Bata até que a mistura fique homogênea; aí, então, acrescente a farinha de trigo e continue a bater até agregar toda a farinha. Agora adicione o fermento e misture-o a massa manualmente e de forma suave. Coloque a massa numa forma untada com manteiga, e deixe descansar por 10 minutos para o fermento agir. Coloque depois no forno (a 200 graus) e deixe assar por aproximadamente 45 minutos.

Broa de Melado (2)

Ingredientes:
• 600ml de melado
• 3 ovos
• 3 copos de farinha de fubá
• 2 copos de farinha de trigo peneirada
• 1 colher de sopa de fermento químico em pó
• ½ copo de óleo vegetal
• ½ copo de leite morno
• Erva-doce a gosto

Modo de fazer:
1. Numa tigela grande o suficiente para conter todos os ingredientes, adicione 500ml de melado e os ovos inteiros, e com uma colher de pau vá mexendo suavemente para agregar o melado aos ovos;
2. Depois, acrescente a farinha de fubá, misture; então, acrescente a farinha de trigo; continue a mexer até ficar uma mistura homogênea;
3. Agora adicione o leite morno, e depois o óleo; misture-o a massa;
4. Sempre faça movimentos circulares e suaves enquanto mexe;
5. Adicione a erva-doce;
6. Por último acrescente o fermento e mexa suavemente.
7. Unte uma assadeira retangular com óleo e polvilhe com farinha de trigo, antes de colocar a massa;
8. Coloque no forno pré-aquecido, e asse por aproximadamente 35 minutos.
9. Após retirar o bolo do forno, ainda quente, pincele a broa com o restante do melado; então, deixe esfriar para servir.

Molho de mel de engenho

Ingredientes:
• 120gr de mel de engenho
• 40 ml de aceto balsâmico

Modo de fazer:
• Misture o melado com o aceto e leve ao fogo. Deixe reduzir até ficar com espessura leve. Use após esfriar.
Nota: Este molho é indicado para saladas verdes como, por exemplo, as preparadas com alface, rúcula, endívia, chicória, entre outras folhas de sua preferência.

RAUL LODY

(Foto-instalação Jorge Sabino)

Bolo de Casamento - Museu do Açúcar e Doce

Do bolo George I ao bolo de casamento

Tão próximo do açúcar, das receitas das casas, dos doces de rua, dos mercados, das padarias, das “boleiras”, Gilberto Freyre desenvolve um olhar afetivo, que se junta ao seu método de traduzir as relações sociais através dos preparos culinários doces, do cotidiano e da festa; e destaca o bolo enquanto uma verdadeira comida-símbolo de Pernambuco.

Gilberto enfatiza a doçaria de Portugal, diga-se uma doçaria já mundializada a partir do século XVI, e localiza as muitas opções de receitas de bolos; que, além de muitas, são variados, e estão presentes nas casas, nas festas, nas devoções religiosas.

No caso do Nordeste, os bolos passam a identificar também os engenhos de açúcar, enquanto verdadeiros brasões que são construídos a partir de receitas autorais, de representações simbólicas de uma história e de uma família.

Para Gilberto Freyre, o bolo é muito mais do que uma receita. O bolo traz a sua variedade na forma de temas, de personagens, de localidades, de santos de devoção, entre tantos outros motivos. Cada bolo tem a sua individualidade, e sua marca; cada bolo mostra seu território de afetividade, de celebração, de religiosidade e de homenagem.

 

 

 

 

Além de ser uma realização gastronômica de estética e de sabor, o bolo, na sua maioria, traz ingredientes nativos, “da terra”, para atestar sua identidade. O bolo traz uma assinatura, uma receita; uma intenção pessoal ou coletiva, regional. Ele marca o terroir do doce em Pernambuco.

Bolo São Bartolomeu, bolo Divino, bolo São João, bolo Souza Leão; bolo Souza Leão à moda da Noruega, bolo Souza Leão-Pontual, bolo de milho D. Sinhá; bolo de milho Pau-d’alho, bolo Guararapes, bolo Paraibano, bolos fritos do Piauí; bolo de bacia à moda de Pernambuco, bolo de rolo pernambucano, entre tantos.

Chegadas, permanências, sugestões, informações gerais, experiências pessoais, etnografias participativas; festas de santos, especialmente os de junho, com rica culinária a base de milho; festas em casa com a família; festas no tempo de carnaval com filhoses e suas caldas perfumadas; ou no Natal, pastéis de carne temperada e pulverizados de açúcar; num verdadeiro laboratório de gostos, de buscas, de descobertas pela boca e pela emoção.

Está no bolo, na sua variedade e nos seus estilos, uma marca onde o pernambucano encontra também a sua identidade, a sua história e o seu pertencimento cultural.

O significado de um bolo é repleto de valores familiares, de festas, de ritos de passagem; o prazer de viver o milho, a mandioca, o chocolate, as frutas, os cremes; as coberturas de açúcar, a técnica do “glacê mármore”, branco e compacto, uma verdadeira delícia, e se for para o bolo de frutas mergulhadas no vinho do Porto ou Moscatel, com a estimada receita de “bolo de noiva”, uma releitura do bolo de frutas inglês, um “bolo-presente” para festas e celebrações.

Nestes contextos, há um bolo tradicional inglês que é interpretado pelas boleiras pernambucanas, e que ganha um lugar de destaque nas celebrações dos casamentos.

Refiro-me ao tão tradicional, e britânico, “plum pudding”, cujas receitas mostram adaptações e estilos, tanto na seleção dos ingredientes quanto no preparo culinário, e é consagrado para a ceia de Natal. Ainda, ele é conhecido como bolo de frutas de Natal.

Uma comida fundamental nas tradições do império britânico. É um bolo que traz significados de unidade para a Commonwealth, e por isso as receitas deste bolo buscam representar os países membros através de ingredientes símbolos da cada país, assim a receita deste bolo não só se espalhou pelos países da comunidade britânica no mundo como teve que se adaptar a região.

As receitas ancestrais do plum pudding chegam do século XVI, e algumas mudanças nos ingredientes ocorrem pelo rigor do puritanismo que considerava o prazer dos sabores, certamente, um pecado em si, um prazer carnal, e ainda associado ao da gula. Além do mais, apesar de ter o nome de ameixa, o que era usado verdadeiramente na receita eram uvas passas.

Nestas bases da formação do conceito culinário do plum pudding, destaca-se um evidente sentido de sustentabilidade no aproveitamento do pão de trigo “duro”, o tão conhecido pão-dormido.

Para exemplificar todos estes processos tradicionais trago uma das mais usuais e tradicionais receitas do pudding, segundo os hábitos dos britânicos. Ainda, este preparo é também conhecido como: black cake, sopa de ameixa, pudim do império britânico, pudim de Natal e bolo George I.

A receita: 85gr de farinha de trigo, sal, 170gr de banha, 140gr de açúcar mascavo, 1 colher de mix de especiarias, 170gr de farinha de pão, 170gr de passas, 170gr de groselha, 1 maçã, 3 ovos, 140 ml de brandy.

Nos aspectos simbólicos deste plum pudding, que se apresenta também como um bolo, destacam-se as frutas que trazem um amplo imaginário da primavera, frutas frescas associadas aos sentidos da fertilidade e da vida, isto, sem dúvida, mostra um significado ao Nascimento de Jesus no Natal.

Este forte sentido de fertilidade, que é trazido nas frutas, relembra a primavera, e marca as celebrações de fertilidade que estão integradas ao casamento e ao nascimento.

Há ainda a busca pela doçura, que, sem dúvida, é um sentimento dominante nestas cerimônias coletivas. Estima-se que os rituais sociais como o casamento, ou mesmo o Natal, ocorram num contexto doce que está ligado ao significado de harmonia e de religiosidade.

 

 

RAUL LODY

Lelê de milho - Museu do Açúcar e Doce

Lelê: uma delícia de milho

Sem dúvida, o milho – Zea mays L. –, entre as espécies botânicas, foi a que teve maior impacto na economia dos povos do mundo. Alguns autores já dizem que os “Descobrimentos” já teriam sido válidos pelo conhecimento do milho.

É importante observar que antes da época dos Descobrimentos, já existia no Velho Mundo, Europa, várias plantas chamadas de milho. Assim, quando chega a informação de outra planta com aspectos e utilizações semelhantes, inclui-se o nome geral de milho, embora houvesse especificações como: milho-maiz, milho-grosso e milho-da-América, referentes a este novo milho após os Descobrimentos do Novo Mundo, Américas.

 

Lelê de milho - Museu do Açúcar e Doce
Foto Jorge Sabino

 

Na América do Sul, o milho é usado milenarmente pelos povos tradicionais, e a sua rica biodiversidade apresenta mais de 400 tipos, a partir daí se estabeleceram os sistemas alimentares que formaram os patrimônios das antigas civilizações latino-americanas.

No Brasil, é extenso o uso do milho nas nossas diferentes cozinhas, e ele faz parte de cardápios tanto de comidas doces quanto salgadas. Por exemplo há pratos salgados como: angu de milho e bambá de milho, complementados com couve, carne suína e embutidos. E doces como: canjica de milho verde, pamonha, mungunzá; cuscuz, mingau, bolos, biscoito e broa; e lelê.

Feito à base de xerém de milho, leite de vaca, leite de coco, açúcar, cravo e canela, o lelê é conhecido também por muxá; sendo servido frio, e complementado com coco ralado.

Assim como o acaçá de leite, a pamonha de carimã, o pão delícia, entre outros, o lelê pode fazer parte do cardápio do café da manhã, do lanche da tarde, ou mesmo da ceia da noite.

RAUL LODY

Bolo Rei - Museu do Açúcar e Doce - foto Eduardo Gazal

Bolo Rei de Pernambuco

Fotos e Texto por Eduardo Gazal

Entramos no período natalino e o Bolo Rei começa a aparecer nas vitrines das padarias.
Sempre belo e colorido, rivalizando com seu primo europeu, o Panetone, o Bolo Rei ou Rosca de Reis, divide as preferências dos paladares dos brasileiros. Derivado de algumas criações gastronômicas do velho continente, o Bolo Rei que conhecemos é uma inspiração da confeitaria portuguesa, que marca presença na doçaria de todo país.

 

Bolo Rei - Museu do Açúcar e Doce - foto Eduardo Gazal

 

Mas é um bolo, um pão doce?

Certamente sua composição e textura nos remete imediatamente aos pães doces elaborados com massas artesanais que recebem oleaginosas em sua composição.

Belamente ornamentado com raspas de frutas cítricas cristalizadas, figos em passa, castanhas variadas e cerejas, recebe uma porção finíssima de açúcar para realçar sua aparência, nos convidando para uma sensacional mistura de sabores.

Mas como sua história é rica em detalhes, vamos então acrescentar um trecho do livro “Doce Pernambuco”, de autoria do antropólogo e escritor Raul Lody, que dedica em sua publicação um capítulo ao bolo, denominado Rosca de Reis. Lody nos conta algumas particularidades deste símbolo natalino e como é conhecido por povos de diversos países e civilizações:

“Gallete des Roi para os franceses, Roscón de Reys para os espanhóis, Bolo-Rei para os portugueses e Rosca de Reis para os brasileiros, esse pão em forma de rosca recebe ingredientes diferentes de acordo com o lugar, como massa folhada e recheio de creme de amêndoas com rum na França; vinho do Porto tinto em Portugal; água de flor de laranjeira na Espanha; e nos países de língua hispânica, como Argentina, usa-se também mel nas receitas. Sua decoração com frutas glaceadas e/ou cristalizadas remetem às joias que são incrustadas nas coroas dos Reis, o que reforça, dessa maneira, que a Rosca de Reis assume um verdadeiro significado valioso, de um presente precioso”.

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Doce Pernambuco - Museu do Açúcar e Doce - Raul Lody

Bem casado - Museu do Açúcar e Doce

“Bem-casado”: Símbolos e histórias

A Argélia é famosa pela delicadeza de seus doces, é essa herança culinária chegou também até nós através da cultura Magrebe, que se difundiu através da expansão do Islã pelo mundo Ibérico, e daí chegou nas Américas.

Entretanto, um outro exemplo dessa presença Magrebe na nossa doçaria, em técnica, estilos e sabores, é a semelhança do “bem-casado” brasileiro com os doces argelinos ftiyrat, além do gâteau sablé fondant à la confiture.

doce árabe - Museu do Açúcar e Doce

Doces Árabes na cidade de São Paulo

Na minha família fazíamos muitas receitas para o cardápio semanal, porém, os doces árabes e sírios como conhecemos na cidade de São Paulo faziam parte das especialidades que eram compradas nos fins de semana. Os locais preferidos eram os estabelecimentos especializados que se localizavam em torno da Rua 25 de Março, do Mercadão da Cantareira (conhecido como Mercado Municipal de São Paulo) e nos bairros da Moóca e Tatuapé. Tinham também outros endereços, principalmente na região central da cidade.

Um fator, entretanto, era comum em todas as ocasiões: a forma como os docinhos eram apresentados, sempre exibidos em vitrines ou balcões exclusivos. Resultado: A bandeja de docinhos para viagem era indispensável.

Considerados muito doces para o paladar brasileiro, os doces árabes causam duas sensações diferentes: as pessoas adoram ou não gostam. Geralmente não existe meio termo.

Bolo Barra Branca de Pernambuco - Museu do Açúcar e Doce

Bolo Barra Branca de Pernambuco

O Bolo Barra Branca se enquadra na categoria dos bolos populares, produzido principalmente em uma região geográfica denominada Agreste Central de Pernambuco.

Encontramos a iguaria em mercados públicos, lanchonetes das estradas do interior do Estado e, principalmente, nas fábricas de bolo da cidade de Bezerros, situada na rodovia BR-232, distante 100 Km da capital, Recife. O município de Bezerros, desde 2013, ostenta o Título de Capital dos Bolos e Doces de Pernambuco, através da Lei Estadual Nº 15125. É o bolo dos viajantes e turistas de várias regiões do Brasil que atravessam o Estado de Pernambuco. Também é encontrado nas merendas dos nordestinos, pois tem custo relativamente baixo em comparação a outros bolos da região.

Pão-de-Ló-de-Ovar Museu do Açúcar e Doce Foto de Eduardo Gazal

Pão de Ló de Ovar

Texto e Fotos de Eduardo Gazal

 

Conheci esta iguaria portuguesa no Recife, em um momento em que estava pesquisando sobre o Pão de Ló como conhecemos no Brasil. Não sabia da existência deste doce na versão que leva a designação de “Ovar”, até encontrar o proprietário da Padaria Augusta, localizada no Recife, o português Paulo Coelho.

Em nossa conversa inicial, Paulo me apresentou o Pão de Ló de Ovar e relembrou momentos de sua infância; sua memória afetiva se aflorou e nos remeteu à forma de saborear o doce, utilizando colher em vez de garfo e faca; além de harmonizações possíveis para esta iguaria portuguesa.

O Pão de Ló de Ovar pode ser o responsável pela finalização de um almoço ou jantar, sendo que para escoltá-lo, o Vinho do Porto será sempre um grande companheiro. Também poderá ser acompanhado de queijos. Paulo se recorda do Queijo da Serra de sua terra natal.

Realmente, o Pão de Ló de Ovar é muito diferenciado dos inúmeros pães de ló que já experimentei. Sua textura é úmida, com uma cobertura dourada e um pouco crocante. O sabor lembra os tarecos e cavaquinhas portuguesas. Não apresenta uma doçura extrema e pode receber acompanhamentos, pelo menos aqui no Brasil, de doce de leite ou geleias variadas.

Com estas variações, torna-se um excelente item no café da manhã ou lanche vespertino.

 

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Saiba Mais

Incluímos nesta publicação o “Caderno de Especificações do Pão de Ló de Ovar” com seu registro de Indicação Geográfica Protegida (IGP).
Documento assinado pela APPO – ASSOCIAÇÃO DE PRODUTORES DE PÃO DE LÓ OVAR, em Portugal, datado de Maio de 2012.

Abaixo reproduzimos os temas abordados no documento e um link direto para conhecer a complexidade do processo de registro da iguaria portuguesa.

Conheça alguns itens necessários ao registro de IGP, como método de preparo e serviço de embalagem:

  • Nome do Produto;
    Descrição e definição do Produto;
    Características das Matérias primas;
    Características Físicas e Sensoriais;
    Características Químicas e Microbiológicas;
    Delimitação da Área Geográfica;
    Área Geográfica de Produção de Matéria Prima;
    Área Geográfica de Fabrico e acondicionamento do Produto;
    Garantia sobre a Origem Geográfica do Produto;
    Modo de Produção;
    Apresentação do Produto;
    Acondicionamento do produto;
    Comercialização do Produto;
    Elementos específicos da rotulagem relacionados com a Indicação Geográfica;
    Marca de Certificação;
    Rotulagem obrigatória em todas as formas de apresentação;
    Elementos que provam a ligação com o Meio Geográfico;
    Enquadramento geográfico;
    Aspectos históricos e sociológicos do Produto.

Para conhecer, guardar e estudar:

Link direto: “Caderno de Especificações do Pão de Ló de Ovar”

 

 

Fotos – Eduardo Gazal
* Pão de Ló de Ovar produzido na Padaria Augusta, Recife, Pernambuco, Brasil

A Indústria Nordestina de Refrigerantes

Por Frederico de Oliveira Toscano

O mercado brasileiro de refrigerantes é dominado por marcas do eixo sul-sudeste, como o Guaraná Antárctica, ou estrangeiras, como a poderosa Coca-Cola. Mas nem sempre foi assim. Desde o século 19 que se fabricam bebidas gasosas não-alcóolicas no país, algumas caseiras mesmo. Imigrantes europeus trouxeram conhecimentos, técnicas e equipamentos ao Brasil, passando a produzir refrigerantes em fabriquetas de fundo de quintal. No Nordeste, o rótulo mais famoso foi o da Fratelli Vita. Os irmãos Francesco e Giuseppe Vita deixaram a cidade italiana de Trecchina e empreenderam a longa viagem marítima até o Brasil em busca de uma vida melhor. Se fixaram inicialmente na Bahia, ainda em 1889, ganhando a vida com serviços diversos e empreendendo.

Foi assim que, três anos depois de sua chegada ao país, inauguravam a empresa Fratelli Vita, aludindo ao parentesco que era a base de sua sociedade. Em um prédio de estilo inglês em Salvador, passaram a fabricar a primeira água tônica do Brasil, com quinino importado da Inglaterra. Também fabricaram conhaques, vinhos e licores, inclusive com uso de frutas da terra, como o jenipapo e o murici. Mas a religiosidade falou mais alto e, apesar do sucesso, os irmãos Vita decidiram encerrar a produção de bebidas alcóolicas e se dedicar à de refrescos gaseificados, com sabores como uva, cereja, limão, morango, ameixa e pera. Foi assim que, em 1907, nascia a primeira grande marca nordestina de refrigerantes.

Não demoraram a expandir. Já em 1913 inaugurava-se uma filial na cidade mais política e economicamente importante da região, o Recife. A primeira fábrica, acanhada, funcionava nos fundos de um sobrado na Rua da Imperatriz. Com o sucesso das vendas, logo passariam à sua sede definitiva, no prédio da antiga Sede do Arcebispado de Olinda e Recife, na Soledade. Lá, se produziam não apenas os refrigerantes, mas também gelo da marca Polar, águas minerais, tônicas, sucos e até uma cerveja sem álcool, a Cervejina. O carro-chefe acabou sendo o guaraná, fruto trazido do norte do país, que conseguia conjugar uma aura de brasilidade e, ao mesmo tempo, certo exotismo, caindo no gosto do público. Naquela primeira metade do século 20 os negócios iam muito bem, mas a Fratelli teve lá os seus percalços.

Fonte: Revista Buena-Dicha, junho de 1938

A Primeira Guerra Mundial dificultaria a importação de ingredientes europeus, como o quinino, obrigando os Vita a serem criativos e a utilizar mais os ingredientes locais. Já na chamada Revolução de 1930, a fábrica da Soledade, no Recife, chegou a ser utilizada pelas forças getulistas. Na sua torre foi colocada uma metralhadora de alto calibre e a fábrica distribuía refrigerantes e panfletos simpáticos a Vargas aos soldados entrincheirados nas ruas da capital pernambucana. Já na Segunda Guerra, a fábrica recifense chegou a ser atacada por populares enfurecidos, no episódio conhecido como o Quebra-Quebra. Na época, navios mercantes brasileiros haviam sido atacados por submarinos alemães. Logo, embarcações civis começaram a ser torpedeados também, a gota d’água sendo o Baependi, que afundou na costa nordestina, deixando centenas de mortos, contando também mulheres e crianças. Com a Itália fazendo parte das potências do Eixo, muitos enxergaram a fábrica da Fratelli Vita como um inimigo entranhado em solo nacional. Não foram poucos os que se marcharam até ela, portando pedras e pedaços de pau, destruindo o que encontrassem pelo caminho.

A fábrica se recuperaria do “assalto” e manteria sua boa reputação incólume nas décadas seguintes. A Fratelli investia bastante em publicidade, inicialmente em anúncios no jornal e depois no rádio, a partir da década de 1930. Patrocinou ainda concursos, premiações, clubes carnavalescos, programas de auditório e, a partir da década de 1960, propagandas na TV. A competição pelo mercado nordestino era feroz, com marcas como a Antárctica, a Saci, a Bidú, a Cliper e outras mais brigando por uma fatia. A gigante Coca-Cola havia chegado ao país na década de 1940, e chegou a criar entreveros legais com a Fratelli: acusavam a marca brasileira de copiar o famoso formato de suas garrafas de refrigerante. Por muito tempo se acreditou que a concorrência desleal com o poderoso rótulo americano teria sido a ruína da Fratelli, mas a verdade é menos romântica.

 

Fonte: Diário de Pernambuco, 24 de abril de 1951

A fábrica sofreria por passar décadas como uma empresa familiar, por vezes incapaz de se modernizar. De capital fechado, os sócios dela tiravam seu sustento, restando poucos fundos para investir em necessárias melhorias. Foi vendida à Brahma do Rio de Janeiro na década de 1970, que ainda passou dez anos produzindo o famoso guaraná Fratelli. Com a criação da Ambev em 1999, a Brahma acabou fundida à Antárctica e o refrigerante foi descontinuado de vez. O belo edifício da Soledade foi ao chão bem antes e em seu lugar está sendo construído mais um arranha-céu, como tantos que surgem descontroladamente no Recife. Mas a antiga sede em Salvador, ao menos, segue de pé. E há notícias circulando nas redes sociais de que a família Fratelli planeja um retorno do refrigerante, surgido na Bahia, mas que talvez tenha sido mais amado pelos pernambucanos.

Mas houve e há outras histórias de sucesso de refrigerantes nordestinos. Um caso emblemático é o do folclórico Guaraná Jesus, criado pelo farmacêutico Jesus Norberto Gomes, aliás ateu. Sua intenção era criar um novo remédio, mas seus filhos acabaram gostando do xarope. Assim, com sua indefectível cor rosa, gosto adocicado e nome original, surgia o Guaraná Jesus, em 1927, em São Luís do Maranhão. O estado não é apenas o único produtor do refrigerante, mas também seu maior consumidor, desbancando todos os outros rótulos, nacionais ou internacionais. Algum tempo depois da morte do seu criador, na década de 1960, foi adquirida pela Coca-Cola, que passou a produzir o refrigerante desde 2001, mantendo o sabor e aparência, mas modernizando o rótulo e lançando até uma versão light do produto. A bebida, contudo, segue pouco conhecida e consumida fora do Maranhão.

O Nordeste, portanto, possui uma longa e exitosa história na indústria de refrigerantes. Uma que mistura empreendedorismo, engenhosidade e sabores típicos da região. Alguns existentes até os dias atuais, outros presentes apenas nas memórias gustativas e afetivas daqueles que um dia os experimentaram. Mas os refrigerantes nordestinos possuem tradição e potencial para não apenas retornar ao mercado, que é o caso da Fratelli Vita, mas também para ultrapassar as fronteiras regionais, como ainda não ocorreu com o Jesus. Conhecer sua história é entender uma parte importante do desenvolvimento da indústria alimentar brasileira, talvez assim abrindo o caminho para investimentos futuros no setor.

 

 

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Museu do Açúcar e Doce

Links para museus da alimentação em todo mundo

Separamos alguns links com museus da gastronomia e alimentação em todo mundo para oferecer um painel único das muitas iniciativas que pautam o tema do comer e beber em nossa vida.

 

INICIATIVAS NO BRASIL

– Observatório da Gastronomia – http://observatoriodagastronomia.com.br/

– Revista Brasileira de Gastronomia – http://rbg.sc.senac.br/

– Florianópolis Cidade Criativa Unesco da Gastronomia – http://www.floripacreativecity.com/

– Belém Cidade Criativa Unesco da Gastronomia – http://www.belem.pa.gov.br/gastronomiacriativa/

– OCCA – https://www.facebook.com/occa.ceara/      

– Alere – Grupo de Pesquisa da História do Abastecimento e da Alimentação na Amazônia  – https://www.facebook.com/grupoalerehistoria/

– OBHA – http://obha.fiocruz.br/

– Articulação Nacional de Agroecologia – http://www.agroecologia.org.br/

– Slow Food Br – http://www.slowfoodbrasil.com/

– Museu da Gastronomia Baiana do Senac BA – http://www.ba.senac.br/museu/

– Seminário sobre o milho do MGB do Senac BA – http://www.ba.senac.br/museu/seminario.asp

 

Os links abaixo costumamos acessar atrás de informações para nossa região

– Epagri – https://www.epagri.sc.gov.br/

– Cepagro – Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo – https://cepagroagroecologia.wordpress.com/

– Rede Catarinense de Engenhos de Farinha – https://engenhosdefarinha.wordpress.com/

 

 

INICIATIVAS NO MUNDO

– Informações sobre as cidades que compõem a Rede Unesco de Cidades Criativas da Gastronomia e demais campos – https://en.unesco.org/creative-cities/creative-cities-map

– ODELA – Observatório de Alimentação – Universidade de Barcelona – http://www.ub.edu/odela/

– Slow Food Inter – https://www.slowfood.com/

 

Alimentarium Vevey, Switzerland
An eclectic collection, with images viewable online
http://www.alimentarium.ch/en

Baked Bean Museum of Excellence Port Talbot, Wales
In the home of “Captain Beany”
http://www.captainbeany.com/baked_bean_museum_of_excellence.html

Bakkerijmuseum Hattem, The Netherlands
Bakery museum housed in sixteenth-century baker’s house
http://www.bakkerijmuseum.nl/

Barbaryannis ouzo museum Plomari, Lesvos, Greece
Now this really appeals!
http://www.barbayanni-ouzo.com/ouzo-museum-lesvos.html

Brogdale Collections Faversham, U.K.
National fruit collection with over 4000 varieties
http://www.brogdalecollections.co.uk/

Bruges Beer Museum Bruges, Belgium
Does just what it says on the tin
http://www.brugesbeermuseum.com/index

Burnt Food Museum On-line
“Celebrating nearly two decades of Culinary Disaster”
http://www.burntfoodmuseum.com/

Canada Agriculture and Food Museum Ottawa, Canada
http://cafmuseum.techno-science.ca/en/

Cork Butter Museum Cork, Ireland
The story of Ireland’s most important food export and the world’s largest butter market
http://www.corkbutter.museum/

Colman’s Mustard Shop and Museum Norwich, UK
The real deal
http://www.mustardshopnorwich.co.uk/our-shop-and-museum-pgid8.html

Corn Palace Mitchell, South Dakota, USA
A folk-art wonder
http://cornpalace.com/

Culinary Arts Museum at Johnson & Wales University Providence, RI, USA
Expanding digital collection
https://www.culinary.org/

Currywurst Museum Berlin, Germany
Near Checkpoint Charlie; devoted to the curry/ketchup covered steamed and fried pork sausage snack
http://currywurstmuseum.com/en/

Das Schokoladenmuseum im Herzen Hamburgs Hamburg, Germany
Chocolate museum sponsored by Hachez, smaller than the one in Cologne
www.chocoversum.de

Deutsches Kochbuchmuseum Dortmund, Germany
Museum of cookbooks, due to (re)open at the end of 2015
http://www.dortmund.de/de/freizeit_und_kultur/museen/deutsches_kochbuchmuseum/startseite_dkbm/index.html

Deutsches Museum fuer Kockkunst und Kochbuecher Frankfurt, Germany
Great historic cookery museum
Www.tafelkultur.com

Économusée De La Brasserie St Paulin, Quebec
A microbrewery where the atmosphere and décor evoke the old-time taverns of New France
http://www.bonjourquebec.com/qc-en/attractions-directory/museum-interpretation-centre-historic-site/les-bieres-de-la-nouvelle-france-economusee-de-la-brasserie_23998514.html

Eesti Piimandusmuuseum Järvamaa, Estonia
Estonian dairy museum
http://www.piimandusmuuseum.ee/?Languages:in_English

Endangered Cake Museum New Orleans, USA
A wonderful concept! Now housed by the Southern Food and Beverage Museum
http://www.ediblegeography.com/endangered-cake-museum-update/
http://southernfood.org/

Escoffier Museum of Culinary Arts Villeneuve-Loubet, France
http://fondation-escoffier.org/

Frietkotmuseum Antwerp, The Netherlands
Detailed reconstruction of a chip stand from 1860, serving real chips in paper cones
http://www.frietkotmuseum.be/

Frietmuseum Bruges, Belgium
Dedicated to potato fries, and housed in one of Bruge’s loveliest buildings
http://www.frietmuseum.be/en/museum.htm

Gaziantep Culinary Museum Gaziantep, Turkey
Set in an old house down a cobbled side street; the cuisine of Southeast Turkey
http://turkishtravelblog.com/gaziantep-culinary-museum/

German Museum of Food Additives Essen, Germany
Does what it says on the tin. Sadly, according to Giano Balestriere, it is rarely open and hard to find
https://www.zusatzstoffmuseum.de/

Grain Academy Museum Calgary, Canada
History of the grain industry in Canada
http://www.grainacademymuseum.com/

HJ Heinz History Center Pittsburgh, USA
History of Heinz company and its products
http://www.heinzhistorycenter.org

Ingersoll Cheese and Dairy Museum Ingersoll, Ontario, Canada
Replica C19 cheese factory
http://www.wedohistory.ca/cheese

International Vinegar Museum Roslyn, South Dakota, USA
All you wanted to know about vinegar
http://internationalvinegarmuseum.com/

Klippfish Museum Kristiansund, Norway
A museum of air-dried salted cod
http://www.nordmore.museum.no/artikkel.aspx?MId1=1782&AId=498&back=1

La Cité du Vin Bordeaux, France
A child-friendly wine museum! Even the shape of the building evokes a glass of wine
http://www.laciteduvin.com/en

La Maison du Gruyère Pringy-Gruyère, Switzerland
Interactive exhibition of “the king of cheese” and restaurant
http://www.lamaisondugruyere.ch/accueil/

Le Musée du Bonbon Haribo sur Uzès dans le Gard Uzes, France
A whole museum for this popular sweet
http://www.museeharibo.fr/fr/

Lofoten Stockfish Museum Lofoten, Norway
Norway’s oldest export commodity (apart from the Vikings)
http://www.lofoten-info.no/stockfish.htm

Maple Syrup Museum of Ontario St. Jacob’s, Ontario, Canada
Small but perfectly formed
http://www.attractionscanada.com/Ontario/Waterloo/Maple-Syrup-Museum-of-Ontario-St-Jacobs-ON/default.asp

Musée de Champignon Saumur, France
Mushrooms in caves, mushrooms in cases, mushrooms on plates …
http://www.musee-du-champignon.com/

Musée du Foie Gras Frespech, France
One of many French Foie Gras museums, recommended by Kate Hill – history nd tastings!
http://www.souleilles-foiegras.com/boutique/fr/

Musée du fromage cheddar Saint-Prime, Quebec, Canada
Cheddar cheese museum
http://www.museecheddar.org/

Musée du Pruneaux Granges sur Lot France
A museum devoted to prunes!
http://www.bienvenue-a-la-ferme.com/lot-et-garonne/ferme-ferme-berino-martinet-musee-du-pruneau-149317/contact_plan_acces

Musée et Bibliothéque de la Gourmandise Hermalle-sous-Huy, Belgium
“The curious and entertaining history of cookery and food”. Wonderful!
http://www.musee-gourmandise.be/en/homepage-en

Musei del Cibo Parma, Italy
The food museums of Parma: Parmigiano Reggiano; Prosciutto di Parma; Salami; The tomato
http://www.museidelcibo.com/

Museo del Frutta Turin, Italy
The fruit museum of Turin
http://www.museodellafrutta.it/
Museo del Jamon Madrid

Really a delicatessen devoted to ham, with close to a thousand cured hams hanging from the ceiling like chandeliers
http://www.museodeljamon.es/

Museo Della Pasta Rome
Temporarily closed for reservation; supposed to re-open in 2017. Has excellent publications devoted to history of pasta
http://museodellapasta.it/wp/

Museon Arlaten Arles, France
Elisabeth Luard comments: similar ethnological rationale to the Pitt Rivers in Oxford but all about Provence. Worth it for the dried mole’s paws (so useful for weaving spells) alone, but most of all for the life-size panoramas of domestic scenes from trad Provençale life inc a gorgeous Souper Maigre
http://www.museonarlaten.fr/

Museu da Gastronomia Baina Salvador, Brazil
A museum of Afro-Brazilian culinary history
http://www.ba.senac.br/

Museum de Locht North Limburg, The Netherlands
A museum of life on the farm, focusing on asparagus, mushrooms, bread and beer – what could be better!
http://www.delocht.nl/

Museum of Bread Culture Ulm, Germany
http://www.museum-brotkultur.de/index.php?option=com_content&view=article&id=77&Itemid=59

Museum of Food and Drink Williamsburg, Brooklyn, NY
“The world’s first large-scale food museum…”
http://www.mofad.org/

Museum of Iberian Ham Aracena, Spain
Shares premises with a mushroom museum
http://www.museodeljamondemonesterio.com/

Museum PSYRI Athens, Greece
A museum of Greek gastronomy
http://www.gtp.gr/GastronomyMuseum

Museum of the American Cocktail New Orleans, USA
Mouthwatering
http://www.cocktailmuseum.org/

Museum of the Olive and Greek Olive Oil in Sparta Sparta, Greece
Looks beautiful! There are also olive museums in Naxos, Crete and Kefalonia
http://www.oliveoilmuseums.gr/ecportal.asp?id=55&nt=18&lang=2

Mustard Museum Doesburg, The Netherlands
http://www.doesburgschemosterd.nl/

National Museum of Pasta Foods Rome, Italy
Temporarily closed; reopening in 2015 (hopefully)
http://museodellapasta.it/wp/296-2/

National Mustard Museum Middleton, Wisconsin, USA
Runs the “world-wide mustard competition”
www.mustardmuseum.com

Norwegian Canning Museum Stavanger, Norway
http://www.museumstavanger.no/home/

Pitt Rivers Museum Oxford, UK
Not strictly a food museum, but many food-related exhibits in which the Symposium is taking an interest under the guidance of Linda Roodenburg
https://www.prm.ox.ac.uk/

Ponterfract Museum Ponterfract, UK
A combination of liquorice and art nouveau!
http://wakefieldmuseumsandlibraries.blogspot.com.au/p/pontefract-museum.html

Potato museums
Wikipedia has a huge list, although it seems not to be up to full wiki standards
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_potato_museums

Pulmuone Kimchi Museum Seoul, South Korea
Currently closed; may be reopening in new venue, March 2015
http://www.kimchimuseum.co.kr/foreigner/english/intro.asp

Sanliurfa Kitchen Museum Sanliurfa, Turkey
Preserving local food traditions in city nominated for UNESCO’s city of gastronomy
http://www.dailysabah.com/food/2014/12/18/sanliurfa-gets-museum-dedicated-to-food

Schokoladenmuseum Cologne, Belgium
The diverse history of cocoa and chocolate, sponsored by Lindt
http://www.schokoladenmuseum.de/start.html

Shin-Yokohama Raumen Museum Shinyokohama, Japan
“The world’s first food-themed amusement park”
http://www.raumen.co.jp/english/

Southern Food and Beverage Museum (SOFAB) New Orleans, USA
Food of the deep South
www.southernfood.org

Stichting Behoud en Bevording Fruitcultuur Doesburg, The Netherlands
A museum of old fruit varieties
http://www.tolderas.nl/

Strange and Unusual On-line
A listing of strange and unusual food museums, including a fish ball museum and a museum of celebrity leftovers, together with many that already appear in this list
http://www.atlasobscura.com/categories/food-museums

Tiptree (jam) Museum Tiptree, Essex, UK
With a rather nice tea shop
http://www.trooms.com/goto.php?sess=+A5C51465C5959+F1D42131744505D1D1D58+E+C57+9+95B57405F475A1B125D14+543&id=34

Torino wax fruit museum Torino, Italy
Over a thousand “artificial plastic fruits”, all modeled by the same man
http://www.comune.torino.it/musei/en/elenco/museofrutta.shtml

Truffle Museum Cahors, France
Run by Pebeyre family on their farm
http://www.thefrenchfarm.com/brands-of-products/pebeyre

Twinings Tea Museum London, UK
A small museum in a large tea shop that is a museum in itself
http://www.twinings.co.uk/about-twinings/216-strand

Virtual Food Museum On-line
Linda Roodenburg’s great creation – an Internet food museum!
www.foodmuseum.nl

World Carrot Museum On-line
More about carrots than you ever wanted to know
http://www.carrotmuseum.co.uk/

 

 

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